EVOLUÇÃO
O que a gente consegue simplesmente riscando um fósforo, para nossos antepassados significou toda uma mudança na maneira de pensar.
O homo ergaster atinge a maturidade evolutiva e sai de casa. É mais ou menos assim que podemos entender as mudanças ocorridas um milhão e meio de anos atrás. A vida em grupo, numa forma primitiva de sociedade, e o cérebro desenvolvido do nosso ancestral, foram os fatores que permitiram a ele deixar a África, em busca de novas terras.
Seguindo o curso do Rio Nilo, ele atravessou o continente e chegou ao Oriente Médio. A população aumentou e para conseguir comida, a espécie começou a migrar rumo à Ásia, na região onde hoje é a China.
Essa jornada épica levou milhares de anos. O homo ergaster foi tão longe que no fim da viagem ganhou outro nome: homo erectus.
O homo erectus foi o primeiro dos nossos antepassados a povoar o Oriente. O curioso é que, quando foram encontrados os fósseis desse asiático pré-histórico, havia poucos vestígios daquele machado de pedra elaborado que o homo ergaster fazia na África, mais ou menos na mesma época. O motivo a gente pode arriscar uma explicação. Talvez o homo erectus tenha encontrado lá um outro tipo de ferramenta, mais fácil de manusear: o bambu.
O homo erectus vivia numa terra onde o instrumento que precisava brotava do chão. Pequenos veados e porcos podiam ser encontrados por toda parte do bambuzal. Mas o homo erectus não era um consumidor exigente.
Ampliar o cardápio não chegava a ser um problema para ele. Nossos antepassados, cada vez mais inteligentes, continuavam a se espalhar por todo o planeta. Será que já podemos considerá-los tão desenvolvidos como nós? Ainda não. Não é bem assim que caminha a humanidade.
Vamos acelerar a marcha do tempo. Um milhão de anos mais tarde, ou seja, 500 mil anos atrás. E testemunhar um fato incrível, que prova como esses hominídeos ainda eram muito diferentes da gente.
Estamos na África de novo, a terra do homo ergaster. Viajamos rumo ao futuro, mas nossos parentes ficaram presos ao passado.
Esta é a carcaça recém abandonada de uma presa. Adivinhe com que ferramenta o homo ergaster cortou a carne do animal? A mesma que ele usava um milhão de anos antes: um machado de pedra biface.
A tecnologia não avançou, mesmo depois de tanto tempo. É difícil imaginar uma maneira tão limitada de pensar. Isso não quer dizer que nossos antepassados eram burros. Apenas que o cérebro deles não funcionava como o nosso. Ainda havia muito o que aprender.
Para mudar essa maneira de pensar, foi preciso que o homem descobrisse algo extraordinário: o fogo. Não se sabe nem quando nem como isso aconteceu. Mas em algum ponto da história, os hominídeos aprenderam a usar o fogo. Assim, eles puderam se aquecer, se proteger dos predadores e ainda cozinhar os alimentos. Foi uma conquista gigantesca na evolução. Como nenhum outro animal antes, o homem passou a dominar o mundo.
Com o fogo, a noite já não trazia mais tantos perigos e diminuía a necessidade de se esconder ou lutar. Uma das hipóteses discutidas pelos especialistas é a de que essa descoberta mudou não apenas o modo de vida dos nossos antepassados, mas também a forma de pensar. O fogo teria dado ao homem dois elementos preciosos: oportunidade e tempo. Para imaginar, sonhar. Para a mente viajar.
Era o que o homo ergaster precisava para evoluir: imaginação. Essas pessoas deram origem há milhares de anos depois a uma nova espécie, outro personagem na história da evolução. Mas isso é assunto para o próximo episódio. No Tempo das Cavernas volta domingo que vem.
E hoje. ele causa tantos danos ... ;[
Por: Renata Lobo
ACHO UMA
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