A temática mortuária era de grande presença. A crença na vida após a morte motivava os egípcios a construírem tumbas, estatuetas, vasos e mastabas que representavam sua concepção do além-vida. As primeiras tumbas egípcias buscavam realizar uma reprodução fiel da residência de suas principais autoridades. Em contrapartida, as pessoas sem grande projeção eram enterradas em construções mais simples que, em certa medida, indicava o prestígio social do indivíduo.
O processo de centralização política e a divinização da figura do faraó tiveram grande importância para a construção das primeiras pirâmides. Essas construções, que estabelecem um importante marco na arquitetura egípcia, têm como as principais representantes as três pirâmides do deserto de Gizé, construídas pelos faraós Quóps, Quéfren e Miquerinos. Próxima a essas construções, também pode se destacar a existência da famosa esfinge do faraó Quéfren.
Ao longo do Novo Império (1580 – 1085 a.C.), passados os vários momentos de instabilidade da civilização egípcia, observamos a elaboração de novas e belas construções. Nessa fase, destacamos a construção dos templos de Luxor e Carnac, ambos dedicados à adoração do deus Amon. No campo da arte funerária, também podemos salientar o Templo da rainha Hatshepsut e a tumba do jovem faraó Tutancâmon, localizado no Vale dos Reis.
A escultura egípcia, ao longo de seu desenvolvimento, encontrou características bastante peculiares. Apesar de apresentar grande rigidez na maioria de suas obras, percebemos que as estátuas egípcias conseguiam revelar riquíssimas informações de caráter étnico, social e profissional de seus representados. No governo de Amenófis IV temos uma fase bastante distinta em que a rigidez da escultura é substituída por impressões de movimento.
Passado o governo de Tutancâmon, a arte egípcia passou a ganhar forte e clara conotação política. As construções, esculturas e pinturas passaram a servir de espaço para o registro dos grandes feitos empreendidos pelos faraós. Ao fim do Império, a civilização egípcia foi alvo de sucessivas invasões estrangeiras. Com isso, a hibridação com a perspectiva estética de outros povos acabou desestabilizando a presença de uma arte típica desse povo
Rômullo Bento.
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