Irmãos Gracos
Tibério Graco
- projeto para limitação dos latifúndios
- foi assassinado por conspirar contra a
república
Caio Graco
- retomou o projeto para limitação dos
latifúndios
- Apoio dos “Homens Novos”
- Lei Frumentária
- defendeu a criação de colônias agrícolas
nas
terras conquistadas para
transferir os camponeses sem terras
- Sofreu grande oposição da
aristocracia e foi pressionado
a
suicidar-se
Por: Simei Miranda de Jesus
Irmãos Gracos
Os Gracos ficaram para a História como
grandes reformadores que tentaram proporcionar melhores condições de vida às
camadas mais pobres da sociedade romana. O século XX, tão sensível às questões
sociais, elevou-os à condição de mártires em prol de um mundo mais justo e
fraterno. A opinião dos seus coetâneos, porém, dividia-se entre os que os
consideravam demagogos com aspirações à realeza, e aqueles que os viam como
defensores da plebe romana e dos oprimidos de toda a Itália.
Netos do grande Cipião, o Africano, vencedor de Aníbal, e filhos de Tibério Semprónio Graco, um senador conservador que se notabilizou no governo da Hispânia, Tibério e Caio Graco pertenciam a uma das principais famílias da nobreza plebeia. Como não eram patrícios, podiam aspirar ao cargo de Tribuno da Plebe. Essa era, aliás, uma forma usual de os jovens das grandes famílias plebeias darem início às suas carreiras políticas.
Os optimates dominavam o Senado que, na oligárquica república romana, era o orgão responsável pelas nomeações para as principais magistraturas do Estado, como o consulado, a questura e o censurato. A excepção era o importante cargo de Tribuno da Plebe, uma magistratura destinada a defender os interesses da classes populares. Os tribunos eram eleitos pelos plebeus, gozando de importantes prerrogativas: poder legislativo (podiam criar leis, mesmo com a oposição do Senado), inviolabilidade da sua pessoa (imunidade total durante o exercício do cargo), e poder de veto de todas as decisões do Senado. Os Gracos, embora pertencessem à nata da aristocracia romana, foram tribunos da plebe com preocupações sociais.
O primeiro a ocupar o cargo foi Tibério (163-133 a.C.), o irmão mais velho. Acusado de pretender cingir o diadema, foi assassinado por um grupo de senadores, nas escadas do Capitólio (um pouco à semelhança do que aconteceria a César). Cipião Emiliano, seu cunhado, terá aprovado (ou até participado) na conjura para o matar. Anos depois, e não obstante os pedidos da mãe para não enveredar pela carreira política, o seu irmão Caio (158-121 a.C.) seguiu-lhe os passos. Caiu igualmente assassinado, na sequência de um célebre episódio: quando se discutia se procedia à eleição dos novos tribunos da plebe, Caio Graco terá levado a mão à cabeça, querendo com isso dizer aos seus partidários que as suas vidas estavam em jogo. Se perdessem a reeleição, seria o fim. Todavia, o gesto foi mal interpretado pelos seus opositores, que prontamente o acusaram de desejar a coroa. Levantou-se imediatamente um violento tumulto, durante o qual Caio Graco caiu assassinado, juntamente com três mil dos seus seguidores.
Entre o ano 133, quando Tibério Graco se tornou Tribuno, e o ano 121 a.C., data do assassínio de Caio Graco, os dois irmãos tentaram pôr em prática as seguintes medidas:
- Tentaram fazer uma reforma agrária, distribuindo terras em Itália (do chamado ager publicus, ou seja, património do Estado) pelos plebeus de Roma. Obviamente que essa medida contou com a oposição dos grandes latifundários.
- Coisa inédita até então, tomaram iniciativas no âmbito da política externa: o rei Átalo III de Pérgamo, recentemente falecido, tinha legado o reino ao Povo Romano. Os Gracos fizeram aprovar uma lei segundo a qual o tesouro do rei Átalo seria investido na aquisição de alfaias agrícolas para uso dos plebeus e camponeses a quem as terras de Itália estavam a ser distribuídas.
- Retiraram aos patrícios o poder judicial, estipulando que os júris dos tribunais seriam doravante constituídos por cavaleiros (equites) e patrícios em percentagens iguais. O que acontecia até então era que, independentemente da gravidade de uma acusação, um patrício podia sempre contar com a benevolência de um jurí constituído pelos seus semelhantes, que por sua vez esperariam igual solidariedade da sua parte, em situações análogas.
As reformas do Gracos suscitaram a oposição dos patrícios, que governavam Roma desde o tempo dos reis etruscos.
Daí em diante e até ao advento do Império (o regime do principado), com César e Augusto, Roma seria dilacerada por constantes guerras civis entre optimates e populares.
Para a História ficou também a sua mãe, a célebre Cornélia. Filha de Cipião, o Africano, vencedor de Aníbal, foi dada em casamento a Tibério Semprónio Graco, que era na altura um dos principais rivais de seu pai, juntamente com Catão, o Censor. Tornou-se um símbolo de estóica abnegação, pela forma digna como suportou a perda dos filhos. Até à morte, já numa respeitável velhice, Cornélia foi adorada e respeitada por toda a Roma - inclusivé pelos senadores que lhe mataram os filhos.
Netos do grande Cipião, o Africano, vencedor de Aníbal, e filhos de Tibério Semprónio Graco, um senador conservador que se notabilizou no governo da Hispânia, Tibério e Caio Graco pertenciam a uma das principais famílias da nobreza plebeia. Como não eram patrícios, podiam aspirar ao cargo de Tribuno da Plebe. Essa era, aliás, uma forma usual de os jovens das grandes famílias plebeias darem início às suas carreiras políticas.
Os optimates dominavam o Senado que, na oligárquica república romana, era o orgão responsável pelas nomeações para as principais magistraturas do Estado, como o consulado, a questura e o censurato. A excepção era o importante cargo de Tribuno da Plebe, uma magistratura destinada a defender os interesses da classes populares. Os tribunos eram eleitos pelos plebeus, gozando de importantes prerrogativas: poder legislativo (podiam criar leis, mesmo com a oposição do Senado), inviolabilidade da sua pessoa (imunidade total durante o exercício do cargo), e poder de veto de todas as decisões do Senado. Os Gracos, embora pertencessem à nata da aristocracia romana, foram tribunos da plebe com preocupações sociais.
O primeiro a ocupar o cargo foi Tibério (163-133 a.C.), o irmão mais velho. Acusado de pretender cingir o diadema, foi assassinado por um grupo de senadores, nas escadas do Capitólio (um pouco à semelhança do que aconteceria a César). Cipião Emiliano, seu cunhado, terá aprovado (ou até participado) na conjura para o matar. Anos depois, e não obstante os pedidos da mãe para não enveredar pela carreira política, o seu irmão Caio (158-121 a.C.) seguiu-lhe os passos. Caiu igualmente assassinado, na sequência de um célebre episódio: quando se discutia se procedia à eleição dos novos tribunos da plebe, Caio Graco terá levado a mão à cabeça, querendo com isso dizer aos seus partidários que as suas vidas estavam em jogo. Se perdessem a reeleição, seria o fim. Todavia, o gesto foi mal interpretado pelos seus opositores, que prontamente o acusaram de desejar a coroa. Levantou-se imediatamente um violento tumulto, durante o qual Caio Graco caiu assassinado, juntamente com três mil dos seus seguidores.
Entre o ano 133, quando Tibério Graco se tornou Tribuno, e o ano 121 a.C., data do assassínio de Caio Graco, os dois irmãos tentaram pôr em prática as seguintes medidas:
- Tentaram fazer uma reforma agrária, distribuindo terras em Itália (do chamado ager publicus, ou seja, património do Estado) pelos plebeus de Roma. Obviamente que essa medida contou com a oposição dos grandes latifundários.
- Coisa inédita até então, tomaram iniciativas no âmbito da política externa: o rei Átalo III de Pérgamo, recentemente falecido, tinha legado o reino ao Povo Romano. Os Gracos fizeram aprovar uma lei segundo a qual o tesouro do rei Átalo seria investido na aquisição de alfaias agrícolas para uso dos plebeus e camponeses a quem as terras de Itália estavam a ser distribuídas.
- Retiraram aos patrícios o poder judicial, estipulando que os júris dos tribunais seriam doravante constituídos por cavaleiros (equites) e patrícios em percentagens iguais. O que acontecia até então era que, independentemente da gravidade de uma acusação, um patrício podia sempre contar com a benevolência de um jurí constituído pelos seus semelhantes, que por sua vez esperariam igual solidariedade da sua parte, em situações análogas.
As reformas do Gracos suscitaram a oposição dos patrícios, que governavam Roma desde o tempo dos reis etruscos.
Daí em diante e até ao advento do Império (o regime do principado), com César e Augusto, Roma seria dilacerada por constantes guerras civis entre optimates e populares.
Para a História ficou também a sua mãe, a célebre Cornélia. Filha de Cipião, o Africano, vencedor de Aníbal, foi dada em casamento a Tibério Semprónio Graco, que era na altura um dos principais rivais de seu pai, juntamente com Catão, o Censor. Tornou-se um símbolo de estóica abnegação, pela forma digna como suportou a perda dos filhos. Até à morte, já numa respeitável velhice, Cornélia foi adorada e respeitada por toda a Roma - inclusivé pelos senadores que lhe mataram os filhos.
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