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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Biblioteca de Alexandria, todo o saber do homem.

Por aproximadamente sete séculos, entre os anos de 280 a.C. a 416, a biblioteca de Alexandria reuniu o maior acervo de cultura e ciência que existiu na antiguidade. Ela não contentou-se em ser apenas um enorme depósito de rolos de papiro e de livros, mas por igual tornou-se uma fonte de instigação a que os homens de ciência e de letras desbravassem o mundo do conhecimento e das emoções, deixando assim um notável legado para o desenvolvimento geral da humanidade.
 Não é de se admirar, pois, que  a Alexandria tenha se tornado um porto seguro para os intelectuais e que, por mais de meio milênio, tantas das conquistas acadêmico-culturais antigas tenham emanado da cidade. Quase que sem exceção, os grandes matemáticos da Antiguidade dessa época  foram professores ou alunos da Universidade de Alexandria. 
Para qualquer intelectual grego ser convidado para o cargo de bibliotecário-chefe em Alexandria era atingir o Olimpo. Cercado por milhares de manuscritos, quase tudo o que a sabedoria antiga produzira sobre matemáticas, astronomia, mecânica e medicina, ele sentia-se como se fosse um Zeus todo-poderoso controlando as letras, os números e as artes. Conviver com rolos e mais rolos, bem organizados e classificados por assuntos, dos escritos de Platão, de Aristóteles, de Zenão, de Euclides, de Homero, de Demóstenes, de Isócrates, de Xenofonte, de Píndaro, de Tucidides, de Safo, e de tantos outros, era um deleite permanente.
Em seus primeiros três séculos, da fundação da biblioteca à chegada de César, disseram que as estantes, partindo dos 200 rolos iniciais do tempo de Filadelfo, chegaram a acomodar mais de 700 mil textos em volumes diversos, mas que, infelizmente, parte deles perdeu-se num incêndio acidental quando César por lá esteve. Seja como for, parece ter sido a intenção de Marco Antônio, ressarcir as perdas sofridas com o incêndio de 48 a.C., doando para a biblioteca de Alexandria, no ano de 41 a.C., outros 200 mil pergaminhos e livros retirados por ele da biblioteca de Pérgamo, rival da de Alexandria.  Ao desaparecimento definitivo dela deve-se ainda associar ao fechamento das academias de filosofia, entre elas a de Platão, ocorrida em 526 (que funcionara durante novecentos anos), determinada pelo imperador Justiniano, encerrando-se assim (devido a maneira lamentável e intolerante de agir do cristianismo daqueles primeiros tempos), as grande contribuições que o mundo antigo deu para a humanidade.

A boa nova que nos chegou do Oriente Médio, região tão rara em produzir noticias felizes, é o da inauguração da Nova Biblioteca de Alexandria, acontecido em outubro de 2002, um colossal empreendimento que visa recuperar a imagem da cidade como um centro de sabedoria, posição que perdeu há bem mais de 1500 anos . Que os espíritos dos grandes do passado inspirem os que virão no futuro nesta grandiosa tarefa. 





 Iago Azevedo,  Melissa Queiroz e Renata Lobo.



Um comentário:

  1. poxa o quanto que a humanidade perdeu de estar evoluida a idade media poderia ser outra bem mais vantajosa mas o a intolerancia e o fanatismo a imcendiou e a igreja ficou soberana

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